Você sabia que, só nos últimos dois anos, 6.372 crianças e adolescentes foram resgatados do trabalho infantil no Brasil? É um número que assusta, mas também mostra que muita gente está lutando para mudar essa realidade.
E o pior: a maioria desses casos (86%, pra ser exato) envolvia as piores formas de trabalho infantil – aquelas que colocam a saúde e até a vida desses jovens em risco.
Mas como isso acontece no dia a dia? O que está sendo feito? E o mais importante: como você pode ajudar? Vamos conversar sobre isso.
Os números não mentem (e são preocupantes)
Os casos de trabalho infantil não estão diminuindo – pelo contrário. Em 2023, foram 2.564 crianças afastadas dessas situações. No ano seguinte, o número subiu para 2.741. E em apenas quatro meses de 2025, já são 1.067 resgates.
Se continuar assim, o ano vai fechar com ainda mais casos. E olha que esses são só os que foram descobertos. Quantas outras crianças ainda estão trabalhando sem que ninguém saiba?
Quem são essas crianças?
- A maioria (74%) são meninos.
- Quase 800 tinham menos de 13 anos – idade em que qualquer trabalho é proibido, sem exceção.
- Os adolescentes de 16 e 17 anos são os mais afetados (mais de 4 mil casos), muitas vezes em trabalhos pesados e perigosos.
Onde essas crianças estão trabalhando?
Não é só no campo, como muita gente pensa. Claro que a agricultura aparece na lista, mas tem muito mais:
- Lojas e mercados (comércio varejista)
- Restaurantes e lanchonetes
- Oficinas mecânicas
- Até mesmo nas ruas, vendendo bala no semáforo
Muitas dessas crianças deveriam estar na escola, brincando, vivendo a infância. Mas acabam em serviços que nem adulto deveria fazer.
"Ah, mas trabalhar não mata ninguém..." Será?
Tem gente que ainda acha que trabalho infantil é "bom" porque ensina responsabilidade. Mas a verdade é bem diferente.
Crianças que trabalham:
- Têm mais chances de abandonar a escola
- Sofrem acidentes (muitas vezes graves)
- Desenvolvem problemas de saúde física e mental
- Perdem a infância – e isso não tem volta
E tem mais: algumas atividades são tão perigosas que estão na lista das piores formas de trabalho infantil. São coisas como manusear agrotóxicos, trabalhar em locais insalubres ou carregar peso excessivo. Nada disso é "aprendizado" – é exploração.
Como denunciar? É simples (e pode salvar uma vida)
Se você vir uma criança trabalhando, não ignore. Pode ser aquele menino que limpa para-brisas no farol ou a adolescente que passa o dia todo em uma oficina. Sua atitude faz diferença.
Duas formas de denunciar:
- Pelo Disque 100 – ligação gratuita, 24 horas
- No Sistema Ipê (do Ministério do Trabalho) – dá pra fazer online
Não precisa ter medo: a denúncia é sigilosa. E mesmo se você não tiver certeza absoluta, vale avisar.
Todo mundo pode ajudar (até sem dinheiro)
Além de denunciar, a gente pode:
- Falar sobre o assunto – muita gente nem sabe que certos trabalhos são ilegais
- Apoiar organizações que combatem o trabalho infantil
- Não comprar de lugares que exploram crianças
Ah, e no dia 12 de junho tem uma campanha mundial sobre isso. Este ano, o slogan é forte: "Toda criança que trabalha perde a infância e o futuro".
No fim das contas...
Nenhuma criança deveria ter a infância roubada. Se os números mostram que 6.372 já foram resgatadas, também mostram que o problema ainda existe – e é grande.
Mas tem uma coisa boa nisso tudo: cada um de nós pode fazer parte da solução. Às vezes, basta estar atento e não virar o rosto quando algo não parece certo.
E aí, já parou pra pensar se tem alguma criança trabalhando perto de você?
Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)